Ricardo Baptista Leite considera que o debate temático sobre o apoio às artes “é o resultado do desnorte que tem sido a política cultural do Governo. Não há projetos, não há objetivos, não há dinheiro e, ao fim deste tempo todo, a única coisa que sobra são uma série de promessas por cumprir”. No encerramento do debate, agendado pelo PCP, o Vice-Presidente da bancada do PSD afirmou que este agendamento resulta do “peso que o PCP tem na consciência”. Contudo, referiu, “isso de pouco serve aos agentes culturais do nosso país que não têm os meios mínimos de sobrevivência, nem têm no governo um interlocutor que os queira escutar. Realmente, quando se fala de Cultura e das Artes, a esquerda enche a boca e bate com a mão ao peito quando está na oposição, mas trata com os pés e com desprezo quando assume responsabilidades”. “O Governo falhou em toda a linha, pelo que não surpreende que a Comissão Profissional das Artes, representativa de 45 estruturas artísticas e mais de 300 profissionais, tenha vindo esta semana pedir a demissão da Ministra da Cultura. O Governo gerou expectativas sabendo que nunca as iria cumprir. A primeira falácia foi quando se decidiu criar um ministério para substituir uma secretaria de estado, atirando areia para os olhos de todos. Como se uma alteração orgânica do governo, num passo de magia, daria um papel central à cultura na agenda do governo. Um engodo que todos os artistas deste país sentem agora na pele.” Sublinhando as “promessas vazias”, de que é exemplo o apoio às artes, num descalabro simples e previsível, cuja consequência direta foi o fim da atividade de dezenas de projetos de criação cultural por todo o país, Ricardo Baptista Leite afirmou que “por mais que a os agentes culturais do nosso país valorizem a língua portuguesa, os trabalhadores não vivem de palavras”. A terminar, o Vice da “bancada laranja” frisou que “os agentes culturais pedem o básico, senhora Ministra: que o Governo faça o seu trabalho e cumpra as suas promessas”.
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